Franz Ferdinand se despede do Brasil em apresentação eletrizante no Via Funchal

A euforia já começou na rua. As vésperas do show em São Paulo, por volta das 21 horas, centenas de fãs já se aglomeravam em frente ao “Via Funchal”. O público, que se intercalava entre “heteros moderninhos”, gays de todas as tribos, e amantes do pop-rock em geral, era evidentemente jovem (media entra 18 e 30 anos).

O show começou com um pequeno atraso, cerca de vinte minutos, mas do inicio ao fim, recheado de hits e praticamente sem pausas, o quarteto britânico incendiou os mais de 6000 espectadores presentes.

Mesmo com o calor quase insuportável que fazia no “Via Funchal”, uma grande e linda égregora se formou na platéia. O publico cantou, pulou e aplaudiu o grupo durante toda a apresentação, e não foi por menos. Nessa, que foi a ultima apresentação no Brasil antes de continuarem a tour pela America Latina, a banda não economizou de seus sucessos e improvisos para levantar o publico.

Despidos de pretensões intelectuais ou poses de star, o quarteto mostrou que o importante mesmo para o sucesso de um show de rock é a pulsão! A energia transmitida a cada musica tocada, e, ainda que seja difícil de distinguir os pontos altos do show tamanha a intensidade da apresentação como um todo, alguns momentos foram marcantes.

Alem do inesperado cover do “LCD Soudsystem”, com a musica “All my friends”, e os mega-coros em “Ulisses”, “No You Girls” e na versão mais lenta que fizeram de “Walk Away”, duas passagens da banda impressionaram. Uma quando, mais ou menos no meio do show, todos os integrantes se juntaram a frente do palco com instrumentos de bateria e percussão durante a track “Outsiders”, um dos períodos mais empolgantes e interativos da noite, e outro quando foi tocado o primeiro “single” e clássico da banda, “Take me Out”, a sensação nesse momento foi como se artistas e publico tivessem uma só voz.

Alex Kapranos, vocalista e líder da banda, que havia “twitado” antes do show sobre uma gripe que o tinha deixado de cama após a ultima apresentação (no Rio, quatro dias antes), mostrou que nada como um publico vibrante como o de São Paulo para trazer sua energia de volta. Pulando, cantando bem (com sua invejada e singular voz), e inclusive esporadicamente subindo nas caixas de som junto ao guitarrista e também vocalista Nick MacCartney (em noite vertiginosa), o cantor disse: “Esta é a nossa quarta visita ao Brasil, e cada vez, fica melhor e melhor”.

E se o baixista Robert Hardy demonstrava certa timidez, o baterista Paul Thonsom brilhou. No final do show, num dos momentos mais alucinantes da noite, os outros três integrantes da banda sairam do palco, e Paul, sozinho em cena, incendiou a platéia ao acompanhar a extensão eletrônica do hit “Lucid Dreams”, e, com a bandeira do Brasil projetada ao fundo, brindou o publico com um bonito e dançante encerramento.

Setlist:

"Bite Hard"

"The Dark of the Matinée"

"Tell Her Tonight"

"No You Girls"

"The Fallen"

"Can't Stop Feeling"

"Do You Want To"

"Walk Away"

"Take Me Out"

"What You Came For"

"Turn It On"

"This Fire"

"Ulysses"

"Shopping For Blood"

"Outsiders"

Bis

"All My Friends"

"Michael"

"Darts of Pleasure"

"40"

"Lucid Dreams"